“Filosofia
da caixa preta“ é um texto provocativo, que visa criar
inquietude em uma sociedade na qual o comodismo virou o maior aliado das
pessoas. Apesar de ser um livro publicado em 1984, aborda assuntos muito
recentes, visto que atualmente é comum renunciar à experiência de estar
presente para se perder em um mundo virtual. Em meio a tantas imagens e
informações novas a todo instante e em todo lugar, o olhar humano foi
acostumando com a multiplicidade de estímulos visuais, e o que foi feito para
orientar o homem no mundo transforma-se em alucinação/idolatria. Dessa forma,
certas atitudes, como tirar fotos, tornam-se banais, e o homem coloca-se como mais
um funcionário de um grande sistema, que segue ritos pré-programados e torna-se
alheio ao processo. Além disso, com as novas tecnologias, os aparelhos têm
simplificado tanto seus manuais, para tornarem-se acessíveis ou realmente para
manipularem comportamentos, que os usuários de tais passam a ser um componente
da máquina, apenas seguindo pequenos passos, sem darem-se conta da importância
intelectual de estudar esse ato antes de realizá-lo. Não apenas tirar uma foto,
mas dominar o aparelho conscientemente para que obtenham-se resultados lógicos,
que agreguem a sociedade e também possuir um olhar crítico para as já
existentes. Logo, urge-se a desnaturalização do nosso olhar frente a um mundo
que tenta nos mediocrizar, para que a liberdade seja alcançada.
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