No texto Animação
Cultural de Vilém Flusser, tem-se como sujeito lírico a mesa redonda, que
assume o lugar de fala como a líder dos objetos, para denunciar a situação dos
mesmos, sendo esta considerada como inferior em relação aos humanos. Ao apresentar
argumentos que provam o contrário, a mesa propõe uma crítica à crescente
dependência das pessoas quanto aos aparelhos, tanto para proporcionar
desenvolvimento científico, quanto para trazer alegria instantânea. Além disso,
edifica a opinião de que os aparatos tecnológicos podem dominar a produção
artística, não sendo mais necessário o intelecto e a sensibilidade humana nas
obras. Dessa forma, inverter-se-iam os papéis da relação homem-objeto, fazendo
uma clara alusão ao Manifesto Comunista. Contudo, nota-se que tal texto
pretendeu alertar ao fato de que, por mais avançados que sejam, os objetos
continuam a ser criações humanas, e não devemos transformá-los em mecanismos de
controle social. Nenhum dispositivo deve suprimir a importância da criatividade
e da emoção humana.
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